segunda-feira, 18 de maio de 2009

Platão, Aristóteles e o Belo

no detalhe, Platão e Aristóteles
Academia de Atenas (1511), Afresco de Rafael Sanzio

É inerente ao homem a busca e a apreciação do belo, somos atraídos pelo que julgamos agradável aos nossos olhos. Mas o que define a beleza? Como mensurá-la? O que é belo?
Platão, no período clássico grego, foi o primeiro a ponderar essa questão. Ele julgava-se o único ente elucidado o bastante para tal, o que aventurou-se pra fora da caverna. E essa transcendência da limitação humana o permitiu conceber a existência de dois mundos: o mundo das idéias, pertencente a um ser divino e ímpar, onde as formas são perfeitas, eternas e imutáveis, além de inteligível – perceptível apenas através da razão, razão esta que somente ele arrestava. E o mundo real, o das coisas imperfeitas, perenes e mutáveis, percebido por meio dos sentidos, onde o resto da humanidade limitava-se a viver.
Quanto à beleza, Platão, então, a associa ao que é bom e verdadeiro, ao que é perfeito, diz que a beleza existe em si, separada do mundo sensível e, portanto, além da capacidade apreensiva do homem – inatingível para nós. Diz que o artesão imita uma idéia, e o artista imita a imitação, distanciando-se da verdade. Assim, o que é perceptível ao homem nada mais é do que uma cópia pálida de uma lembrança anterior à vida e que o que o homem produz é a reprodução em terceiro grau da perfeição, ou seja, imperfeita, indiferente ao belo. A arte deve seguir a razão, procurando atingir tipos ideais, desprezando traços individuais das pessoas e a manifestação das suas emoções.
Contudo, Platão teve um discípulo chamado Aristóteles, este possuía um pensamento reto e ordenado, deste modo sistematizou a doutrina de seu mestre, introduzindo regras de ordem, grandeza, simetria, determinação e unidade. Com isso rompe-se a idéia de beleza como algo transcendente ao ser: é somente no homem que se pode buscar o ideal. E esta busca não pode ser alheia à inteligência, à razão, pois toda concepção de beleza encerra um julgamento implícito, destarte, toda percepção da beleza exige a participação dos sentidos como intelecto. Aristóteles, porém, não abandona Platão, pois não se afasta da questão de que o belo é universal e necessário, absoluto e ideal, infinitamente superior à realidade.

... e pra você, o que é belo?

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