domingo, 19 de abril de 2009

Grados Tomos

Costumo comparar a mente humana com o uma enorme biblioteca atulhada de livros por todos os cantos, de diversas formas, cores e tamanhos. Alguns estão sobre a escrivaninha, esses lemos constantemente, são grandes livros de capa cinza, pesados, de margens gastas e sem poeira acumulada. São as nossas ações habituais, o cardápio, as reclamações e murmúrios, a agenda de compromissos e tudo o mais que a sociedade exige de nós. Mas há também belos encadernados com acabamento primoroso, alguns de brochura simples, porém, igualmente belos, todos preservados inalcançáveis nas prateleiras mais altas. Incólumes. Intactos. São nossas lembranças mais distantes, são nossos acertos e malogros, livros de receitas nunca experimentadas, todos empoeirados apenas esperando um raro momento em que são retirados, folheados e rapidamente devolvidos aos seus lugares. Estas mágicas ocasiões incomuns, estimuladas de fora pra dentro, nos transporta através do tempo, ensinando-nos como o passado entusiasma o futuro. São esses momentos que farão parte desse espaço, alguns talvez não sejam dignos de leitura... Mas quem disse que papel, mesmo higiênico, não é útil?

2 comentários:

  1. Parabens pelo blog.
    ahh adorei o texto, é impressionante como palavras são capazes de fazer coisas inumeras. Lendo esse texto, passou um flash na minha cabeça de tudo o que aconteceu na minha vida.
    abraços
    e vou continuar lendo.
    Thiago Cidade

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  2. Que bom que gostou...
    Se quiser usar o espaço pra falar de uma de suas lembranças é sempre bem vindo.

    [ ]'s

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